Não me aperte. Ou eu mordo.
Como um jacaré bocudo e banguela agarro a saia da donzela, e só solto se me colarem as orelhas.
Posso ser cara de pau,
Posso ser artificial como o plástico,
Mas sem minha mordida o que é seu não resiste ao vento, e você o perde.
Posso ser irrisório, mas para você um de mim não basta.
Como aos ovos você me quer às dúzias.
Sou paciente, fiel.
Não deixo suas intimidades caírem. Fico por horas com seus fundos na boca, sem dar um pio, (pois apesar de bicudo não sou ave)
Para depois você vir me beliscar.
Só assim largo o osso e descanso as mandíbulas quadradas.
Sou esguio e, sempre seminu, visto-me com economia.
Um simples cinto metálico me envolve a cintura em arabescos curvilíneos.
Mas sem ele me parto ao meio, fico de coração partido.
Quem sou eu?