21 de maio a 2 de junho de 2024
Espaço Cultural Renato Russo, Eixo Cultural Ibero-Americano, Parque Ana Lídia e online


A 3ª edição do ARRANHA-CÉU - Festival de Circo Atual vem nos perguntar qual o lugar do circo. Esse questionamento não é novo, vem nos inquietando desde o nascimento do coletivo Instrumento de Ver, sempre presente nas nossas criações e por onde circulamos. Desde então, já passamos por muitas ruas de todo o Brasil, nos centros e periferias de pequenas e grandes cidades. Também passamos por teatros municipais, estaduais, nacionais e internacionais, galpões improvisados, telas de cinema, computador, celular e páginas de livros. Já criamos para festas, cervejaria, de dia e de noite, teatros alternativos, sempre indo onde o público está.

Esse movimento em direção ao público parece ser bem circense e está nas raízes da itinerância. Mesmo sendo esta uma identidade do circo, ainda assim, parece que nunca estamos onde deveríamos estar. É um pouco por isso que não cansamos de experimentar novos espaços. Essa sensação de inadequação, tanto física quanto simbólica, nos motiva a explorar novas fronteiras. Qual o lugar do circo, fora da margem? 

Para movimentar essas questões, convidamos espetáculos que se colocam em diferentes lugares e que dialogam com o mundo a partir de lá. Assum Preto nos fala a partir do corpo de um homem negro brasileiro expatriado. King Kong Fran desloca o lugar da mulher e da feminilidade em confronto com o mundo patriarcal. 23 Fragmentos desses últimos dias se refere ao espaço circular, onde o circo pode falar do mundo e de tudo o que acontece nele. O Cabaré da Nêga reforça que a diversidade é o verdadeiro lugar do circo. A palhaça Macaxeira reivindica a dança e a rua. Nos Fardeaux nos transporta para a relação entre corpo, cidade e natureza. 

Além dos espetáculos, a programação traz oficinas, uma residência, colóquios e cine-circo. Cada atividade nos leva para um universo diferente, já que o lugar do circo é, certamente, em qualquer lugar, mas sempre junto do respeitável público! 

Entrem, peguem seus lugares e fiquem à vontade!!

Beatrice, Julia e Maíra

coletivo Instrumento de Ver.



PROGRAMAÇÃO



ASSUM PRETO - Marco Motta (Brasil-Espanha)

23 e 24/5, 20h - 50min

Teatro Galpão Hugo Rodas, Espaço Cultural Renato Russo

Classificação Indicativa: 12 anos

O espetáculo do artista afro-brasileiro radicado na Espanha, Marco Motta foi criado com inspiração em duas canções: a brasileira “Assum Preto”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, e a norte-americana “Blackbird”, de Nina Simone. A obra é uma expressão do poder da arte para além do eurocentrismo, a partir de uma história contada em primeira pessoa. Assum Preto incorpora como Marco sente que seu corpo, desumanizado, é visto nas esferas sociais e políticas no Brasil e na Europa. Utilizando o circo, a dança e a música como linguagem, Marco traz a sua pesquisa corporal original de contorção nos aparelhos aéreos em uma virtuose que transita entre as danças e músicas afro-diaspóricas.

Ficha Técnica - Ideia original, criação e coreografia: Marco Motta | Intérprete: Marco Motta | Trilha Sonora Original: Yeison Moreno, Darío Santamaría, Marco Motta, Frank David Santiuste | Músicos Intérpretes: J.G.Joshua, Lene Black, Lucas Rodrigues | Diretor de Arte, Cenário e Figurino: Julieta Michelon, Marco Motta, Abigail Motta, Ana Motta | Iluminação e Som: Joao Dimas | Direção Técnica Contra-Regra: Daniel Lacourt | Fotografías: João Saenger | Assessoria e olhar externo: MADPAC Asociación de Profesionales, Artistas y Creadores de Circo de Madrid: Zenaida Alcalde, María Folguera | Africa Moment: António Tavares, Elizabete Bety, Aïda Colmenero Dïaz


KING KONG FRAN - Rafaela Azevedo (Rio de Janeiro)

25/5, 20h - 1h15min

Teatro Galpão Hugo Rodas, Espaço Cultural Renato Russo

Classificação Indicativa: 18 anos

Numa fusão das linguagens de circo e teatro, o solo protagonizado pela personagem-título, Fran, convida o público a conhecer o avesso dos estereótipos do feminino disseminados na sociedade. Partindo de referências como a atração circense "Monga, A Mulher Gorila" e King Kong, o gorila gigante do cinema, a artista questiona a sexualidade e a distinção de gênero na construção social. Entre brincadeiras (consentidas), relatos e músicas, a atriz interage com os espectadores propondo que experimentem inversões dos estereótipos de gênero. Fazendo o papel secularmente atribuído aos homens, Fran os aborda fazendo convites e propostas. A plateia reage bem, e embarca na brincadeira. A direção musical, pop e bem-humorada é da cantora e compositora Letrux.

Ficha Técnica - Direção e Dramaturgia: Rafaela Azevedo e Pedro Brício | Atuação e Idealização: Rafaela Azevedo | Direção Musical: Letrux | Cenografia: Carola Leal, Gabriela Prestes e Álvaro Antônio Ferreira | Figurino: Natascha Falcão | Iluminação: Ana Luzia de Simoni. Direção de Arte: Gabriela Prestes e Carola Leal | Assistência de Direção: Tamie Panet. Operadora de Som: Joana Guimarães. Operadora de Luz: Cris Ferreira


CABARÉ DA NEGA - Circo Travessia (Brasília-São Paulo)

26/5, 18h - 60min

Teatro Galpão Hugo Rodas, Espaço Cultural Renato Russo

Um grupo de palhaças e palhaço, acompanhados de um músico excêntrico, juntam-se para um grande espetáculo. Sinfonias de besteiras afinadas em rir sem dó. Um Cabaré irreverente, divertido, excêntrico, nacionalmente e internacionalmente desconhecido, para toda a família, orquestrado pela maestra Madame Frôda. Você não pode deixar de perder! Recheado de músicas autorais tocadas ao vivo, o Cabaré é um show de variedades cômicas e musicais com classificação livre.

Ficha Técnica - Idealização, Direção e atuação: Ana Luiza Bellacosta | Atuação: Elisa Carneiro, Lelê Marins, Davi Mai e Rodrigo Lélis | Técnica: Rodrigo Lélis | Músico: Lucas Ferrari


A RAMA DA MACAXEIRA - Júlia Maia, Trupe Raiz do Circo (Brasília)

2/6, 11h - 40min

Parque Ana Lídia, Parque da Cidade Sarah Kubitschek

Classificação Indicativa: Livre

Neste espetáculo, palhaçaria e breaking se misturam em cena todo tempo. Elementos de música, dança, magia, humor e palhaçaria ajudam a criar uma narrativa que se confunde com a trajetória da palhaça e bgirl Júlia Maia, viajando com uma caixa, onde leva suas memórias, histórias para contar e muitas músicas. Ao abrir a caixa, Macaxeira tira paisagens sonoras para nelas transitar, e, com a música, conectar-se com a plateia e construir um jogo no qual as pessoas são convidadas, também, a cantar, dançar, brincar e contar suas próprias histórias.

Ficha Técnica - Direção e performance: Júlia Maia | Direção: Ankomárcio Saúde | Trilha Sonora: Caetano Maia | Figurino: Cristiane Santana | Consultorias: Júlio César, Larissa Umaitá, Maria Gomide, Ana Luiza Bellacosta, Tio André


NOS FARDEAUX - o fardo nosso de cada dia - Companhia Um Passo à Frente (França-Brasil)

1 e 2/6, 18h30 - entre 6 e 13 min

Área externa do Eixo Cultural Iberoamericano

Classificação Indicativa: Livre

Todos nós carregamos nossos fardos, nossos pacotes, aqueles que compartilhamos, os que temos apenas em nossa mente. Como podemos encontrar alívio para esses encargos? Até que tudo se torne uma dança, até que se desdobrem no ar, voem para o chão, se tornem um transe…

Ficha Técnica - Criação, design e intérprete : Philippe Ribeiro


23 FRAGMENTOS DESSES ÚLTIMOS DIAS

Instrumento de Ver e Le Troisième Cirque (Brasil-França)

1 e 2/6, 19h - 1h30min

Teatro Plínio Marcos, Eixo Cultural Iberoamericano

Classificação Indicativa: Livre

Como ponto de partida, uma lista de hipóteses para um mundo em pedaços. Construir um espetáculo, peça por peça, fragmento por fragmento, enquanto se encara a destruição. Caminhar sobre a dor em forma de cacos de vidro. Procurar o botão do futuro, pois a ele cabe acender a luz. Cercar-se de objetos tão frágeis quanto nós. Equilibrar-se na esperança. Ser otimista por teimosia. A magia está no detalhe. O espetáculo nasceu em Brasília, no início do ano de 2019, a partir do encontro artístico entre o coletivo Instrumento de Ver e a circografia* de Maroussia Diaz Verbèke. Desde então, foi apresentado em 35 cidades entre o Brasil, França, Suíça e Bélgica.

Ficha Técnica - Circografia: Maroussia Diaz Verbèke / Intérpretes Criadores: Beatrice Martins, Julia Henning e Maíra Moraes (Instrumento de Ver), André Oliveira, Lucas Maciel e Marco Motta (artistas parceiros) | Pesquisa Musical: Cícero Fraga e Loïc Diaz Ronda | Desenho de Luz: Diego Bresani e Bruno Trachsler | Operação de som: Cícero Fraga | Operação de luz: Euler Oliveira | Realização e Concepção artística: Coletivo Instrumento de Ver (BR) e Le Troisième Cirque (FR)


OFICINAS - Inscrições AQUI

Redefinindo o movimento aéreo com Marco Motta (Espanha-Brasil)

Manual de sobrevivência pernalta com Davi Maia (Palhaço Aipim), Trupe Raiz do Circo (Brasília)

Fundamentos da Parada de Mão com Louisse Aldrigues (Uberlândia)

Iniciando no Passinho com André Oliveira DB (Rio de Janeiro)


RESIDÊNCIA ARTÍSTICA

A residência artística desta edição explora a relação entre o corpo circense e a palavra. Em cinco dias de trabalho será criado um espetáculo especialmente para pessoas cegas,  junto com artistas de todas as áreas que compartilham o interesse em pesquisar as possibilidades de falar o movimento, falar com o movimento e movimentar a fala por meio da poética circense.
Direção: Vini Martins | Participação: Julia Henning | Consultoria de Audiodescrição: Clarissa Barros


CINE CIRCO

Sessão de filmes circenses e não-circenses que cabem dentro do circo

  • Passinho Carioca, de André Oliveira DB (2024) 5'

  • EXUFRIDA, de Beatrice Martins e Cícero Fraga (2019) 7'

  • Ruína, de Julia Henning (2021) 7'

  • Assum Preto, um grito des´da margem, de Marco Motta e Cícero Fraga (2023) 9'

  • Pediu Pra Parar, Parou?, de Julia Maia, Mirley Allef e Viola Luba (2021) 23'



COLÓQUIO PILOTIS 

Qual o lugar do circo brasileiro?

EDIÇÃO EM HOMENAGEM A ERMÍNIA SILVA

O Colóquio Pilotis é a base que sustenta tudo o que fazemos e por onde as ideias arejam: o lugar do encontro. Para este encontro virtual, convidamos pensadores do circo, acrobatas das ideias, que vão refletir sobre quais os lugares físicos e simbólicos que o circo brasileiro ocupa. Nesta edição vamos homenagear a grande historiadora Ermínia Silva, que com sua extensa pesquisa dedicada ao circo nos inspirou a deslocar as ideias e virar o circo de cabeça pra baixo. O evento é aberto a todos os interessados. Link disponível no site do Festival.

Convidados: Alysson Lemos, Beatrice Martins, Celine Spinelli, Diocélio Barbosa, Julieta Infantino, Loi Lima, Maíra Aggio, Maíra Moraes, Marco Bortoletto, Marco Motta, Maria Carolina Oliveira, Raquel Karro.

Mediação de Julia Henning (Instrumento de Ver)


COLÓQUIO COBOGÓS

Qual o lugar do circo nos meios de comunicação?

Neste Colóquio Cobogós, queremos ver através. Vamos conversar sobre a divulgação do circo na imprensa e nas redes sociais e sua relevância na criação de público para os espetáculos circenses. Vamos refletir sobre os desdobramentos possíveis da linguagem da divulgação circense que surgiu com o nascimento do circo, em suas especificidades e curiosidades. O bate-papo é aberto a todos os interessados e o link estará disponível no site do Festival.

Com Beatrice Martins (Instrumento de Ver), Ana Coll (Um Café da Manhã) e convidados.


EXPOSIÇÃO: O circo nas fotografias

Projeção de fotografias circenses de diversos fotógrafos.

VENDAS PELO SYMPLA OU 1 HORA ANTES DE CADA ESPETÁCULO

Quem tem direito à meia entrada?

Estudantes com carteira estudantil,  crianças de 2 a 14 anos, pessoas com deficiência,

inclusive seu acompanhante, , quando necessário,

idosos e jovens de baixa renda entre 15 e 29 anos.


MAIS INFORMAÇÕES festivalarranhaceu@gmail.com


Idealização e Realização coletivo Instrumento de Ver

Coordenação Geral Maíra Moraes

Direção de Produção Julia Henning

Coordenação de Comunicação e Divulgação Beatrice Martins

Curadoria Beatrice Martins, Julia Henning e Maíra Moraes

Produção Joana Macedo e Gabriela Onanga

Direção Técnica, Montagem e Segurança Daniel Lacourt e Vini Martins 

Coordenação de Oficinas Tassiana Rodrigues

Direção Artística da Residência Vini Martins com participação de Julia Henning

Identidade Visual Felipe Cavalcante

Registro Fotográfico João Saenger

Registro Audiovisual Caetano Maia

Redes Sociais Beatrice Martins e Cícero Fraga, assistência de Davi Maia

Coordenação Técnica e Produção Euler Oliveira

Técnicos de Iluminação Lemar Rezende, Rodrigo Lélis e Alexandre Lima

Técnico de Som Gustavo Dias

Assessoria de Imprensa La Pauta Comunicação


Realização:

Instrumento de Ver


Apoios:

FAC, Secretaria de Cultura, GDF, Espaço Cultural Renato Russo, Instituto Janela da Arte, Eixo Cultural Iberoamericano, Correio Braziliense, Embaixada da França no Brasil, Instituto Francês, Kale, Noyanne Circus, La Boulangerie, Rama.


Este projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.